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Congresso atrela isenção do Imposto de Renda a aumento de deputados e verbas do orçamento secreto 68426x

Comissão de Orçamento aprova projeto do governo que abre caminho para isentar IR de quem ganha até R$ 5 mil, mas embute dois 'jabutis' de interesse dos parlamentares 6ie59

12 jun 2025 - 13h02
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BRASÍLIA — Em meio à crise do governo para aprovação de projetos no Congresso, os parlamentares decidiram atrelar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês ao aumento do número de deputados na Câmara e à recuperação de verbas do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão, que haviam sido canceladas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 1g5t3h

Lula com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta
Lula com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso aprovou nesta quinta-feira, 12, um projeto do governo que abre caminho para a aprovação da isenção do Imposto de Renda proposta pelo governo. Pelas regras atuais, o benefício só poderia ser dado durante cinco anos, pois a ampliação de incentivo tributário pode durar apenas esse tempo. É preciso alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para que, quando o projeto principal do IR for votado, seja válido definitivamente, sem essa limitação.

O governo propôs o aumento da isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil por mês a partir de 2026, com uma taxação maior de rendas acima de R$ 50 mil. Esse outro projeto ainda não foi aprovado e está nas mãos do relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Os parlamentares concordam em ampliar a isenção, mas resistem em aprovar a compensação com o imposto maior para os mais ricos.

No mesmo projeto, os parlamentares aprovaram dois "jabutis", como são chamadas as medidas que não têm relação com o assunto principal da proposta, de interesse direto do Congresso Nacional. Assim, a aprovação da norma que abre caminho para a isenção proposta pelo governo ficou atrelada às propostas envolvendo o aumento de vagas na Câmara e ao orçamento secreto.

Uma das mudanças inclui uma autorização para criação de novos cargos de deputados federais no Orçamento mesmo antes do aumento ter sido aprovado, e ainda abre caminho para que essa despesa não esteja explícita na peça orçamentária.

A Câmara aprovou em maio o projeto que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais a partir de 2027. O texto continua no Senado. A criação de novas cadeiras aumentará as despesas em R$ 64,8 milhões ao ano, segundo a Diretoria-Geral da Câmara.

Ao elaborar o Orçamento de 2025, o governo teria que estimar o impacto da criação dessas vagas para os anos seguintes e ainda incluir a estimativa da despesa ano a ano. Agora, o Orçamento deverá trazer autorização expressa para o aumento do número de deputados e ainda sem essa projeção. Apenas o PL, que votou contra o aumento de deputados, se manifestou pela rejeição do "jabuti".

A comissão do Congresso também alterou o projeto do governo para recuperar verbas do orçamento secreto que foram canceladas pelo governo Lula. Conforme o Estadão revelou, o Congresso articulou um projeto de lei para salvar R$ 2 bilhões em verbas do orçamento secreto que haviam sido canceladas por Lula em dezembro de 2024. Essa proposta já foi aprovada e sancionada pelo presidente.

Agora, o "jabuti" dá um o a mais, autorizando que obras com problemas técnicos, como falta de licitação e licenciamento ambiental, e municípios inadimplentes com a União, recebam esse dinheiro, recuperando dispositivos vetados por Lula na LDO. Não só verbas do orçamento secreto serão contempladas, mas o projeto atinge também outros tipos de emendas direcionadas por deputados e senadores para seus redutos eleitorais.

Segundo o presidente da CMO, o senador Efraim Filho (União-PB), o projeto é importante para as prefeituras que dependem das emendas parlamentares. "Especialmente aqueles de pequeno porte que necessitam receber recursos de investimentos aqui direto do Congresso Nacional e que muitas vezes por alguma inadimplência perdem recursos que são importantíssimos para o desenvolvimento"", disse o senador. "Hoje teríamos uma grande lacuna prejudicando os municípios", justificou a senadora Dorinha Seabra (União-TO), relatora do texto.

Estadão
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